domingo, 6 de setembro de 2009

Entendendo a Bahia ( parte 2)




Ontem passei um dia delicioso no Yatch Clube da Bahia. Tava um sol maravilhoso, a cerveja estupidamente gelada e a companhia deliciosa de minhas irmãs e minha mamadi. Voltei disposta a dar uma descansada e sair mais tarde pra jantar.

Quando cheguei no flat tive a impressão que estava chegando em Foz do Iguaçu. Sera que eu tinha bebido demais e em algum momento eu apaguei e me materializei nas cataratas??!! Seria possível isso?

Acontece que o lobby tava inundado, a água escorria pela escada e o barulho da enxurrada era ensurdecedor. Um cano havia estourado e pra completar o poço do elevador estava cheio de água ou seja, pra subir até o 10 andar teria que encarar as escadas. Nessa hora eu me arrependi de todos os cigarros que eu havia fumado durante o dia.

Na recepção o caos estava formado, os hospedes buscavam explicação do que estava acontecendo e ninguem sabia informar. A única pessoa presente era o porteiro chamado Portugal que , enquanto acalmava a multidão enfurecida tambem puxava a agua com o rodo e atendia as ligações dos que queriam saber o que se passava.
Ao mesmo tempo em que puxava a água Portugal repetia baixinho " Ó paí ó!!" it means: olhe para isso, olhe!!
Resolvi ajudá-lo, pulei pra portaria e comecei a atender o telefone para acalmar os hospedes que ligavam. Perguntei a ele se não havia um sindico ou alguem que pudesse tomar as redeas da situação e dividir com ele o pepino. Sim, havia Dna Helena, a gerente.
Quando soube que havia uma gerente já havia uns 20 hospedes na portaria, todos putos da vida, querendo matar Portugal, o unico coitado que tava lá dando a cara pra bater.

Não aguentei, liguei na hora pra ela. A seguir, segue trechos do diálogo, editado por questões de preservação ja que este blog é acessado até por amigas das minhas filhas.

Eu: Dna Helena boa noite, aqui quem fala é Patricia do apartamento 1005. A senhora é a gerente não é?
Dna Helena: sou, porque?
Eu: A senhora não vai descer? isso aqui tá um caos e o Portugal tá sozinho aqui acalmando a multidão.
Dna Helena: Olhe minha filha, calma!!! já liguei para os órgãos competentes para a completa resolução do problema e além do mais os elevadores não estao funcionando, como eu iria descer?
EU: Hellouuuuuuuuuu, as escadas Dna Helena, as escadas estão funcionando. AH, e só pra constar EU ESTOU CALMA!!!!
Nesse momento eu escuto a TV aumentar e a abertura de Caminho das Indias tocava ao fundo. A filha da puta da Dna Helena não ia descer para não perder a novela.
Uma hóspede do Sul menos educada do que eu tomou o telefone da minha mão, o diálogo que ocorreu entre as duas tinha mais palavrão do que filme de Tarantino. Mesmo assim não adiantou, Dna Helena cagou pros nossos gritos, sua calma baiana não se deixou abalar pelas histéricas hospedes.
Desisti, ela havia vencido, enfiei o rabo entre as pernas e subí até o 10 andar pra ver a segunda parte da novela.
Dna Helena não, tava lá sentadona desde o começo e viu tudo na integra.
Na Bahia é assim, realmente de nada adiantaria Dna Helena descer, ela só iria escutar um bando de gritos mas a situação continuaria caótica. Essa sabedoria não existe no sul do país.
No dia seguinte, parecia que nada tinha acontecido, durante a madrugada " os órgãos competentes" apareceram e resolveram tudo. Eu fui dormí EXAUSTA e com vontade de matar a Dna Helena.
E ela??? cagou pro meu odio e chamou um táxi, para mim é claro!!



2 comentários:

  1. É isso...sorria, vc está na Bahia!!! A partir de agora vou passar a bola para os orgãos competentes! Dna Helena é que tá certa!! Pixu

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  2. Hilário, dear !! agora, seguinte : hj já é dia 10. Último post seu foi dia 6. Preciso de material novo ! Tô viciada no seu blog...Venho todos os dias aqui atrás de novidades....eheheheh

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